terça-feira, 3 de junho de 2008

ESPORTES URBANOS, UM ESTILO DE VIDA (TRABALHO DE CAMPO)



Uma visita a Praça Arautos da Paz em campinas no dia 17 de maio de 2008, levou os nossos pesquisadores de campo a fazer um estudo mais aperfeiçoado sobre os esportes urbanos em Campinas e seus universos ao mesmo tempo tão perto e tão longe, demonstrando muitas vezes o abismo que há entre um esporte e outro e como eles se completam. Como um esporte faz parte da vida de uma pessoa, se tornando um estilo de vida a seguir, uma tribo a zelar.
A praça Arautos da Paz localizada no bairro Taquaral em inaugurada em 2004, se tornou ponto de encontro de esportistas urbanos principalmente nos finais de semana, a praça fica ao lado da Lagoa do Taquaral se tornando um grande centro de lazer e esporte para a população.
A visita começou com nossos pesquisadores observando os tipos de esportes urbanos praticados em um sábado a tarde numa cidade como Campinas, e os esportes encontrados naquele dia foram, muitos skatistas, alguns BMX (Montain Bike para manobras), alguns esportistas de patins e alguns poucos rapazes praticando Leparcur – um tipo de esporte que se pratica utilizando a força e agilidade do corpo para superar obstáculos -. Depois fomos conversar com os praticantes dos já citados esportes.

-Características que percebemos naquele ambiente cotidiano é que todos os esportes, são urbanos e praticados no mesmo espaço, porém com a taxação dos próprios praticantes de que cada um tem suas particularidades e não podem ser comparados.


-Vimos também que há um respeito mutuo entre praticantes de cada esporte, transformando-se em verdadeiras tribos mesmo, eles se respeitam sim, mas não convivem no mesmo espaço e nem conversam entre si nos finais de semana em que dividem a praça em “setores” de prática esportiva.

-Alguns pontos em comum são a prática do esporte com maior volume nos finais de semana, o mesmo ambiente, porém sem um invadir o espaço do outro. E o mais importante e que se destacou mais, é como todos encaram o esporte na sua vida, 90% das pessoas que perguntamos dos variados esportes, praticam por hobby, como lazer mesmo, para esquecer dos problemas, desligar do mundo e reencontrar os amigos considerando mesmo como um estilo de vida; que muitos deles também fazem parte da mesma tribo. Tornando-se um ponto de encontro mesmo.

-Da mesma forma que tem os fatores comuns, há também as diferenças, que são gritantes vistas de perto. Por exemplo com o jeito de se vestir, de falar, o circulo das amizades, as particularidades de cada esportes e suas devidas dificuldades e até a própria visão de mundo, e como eles se enxergam na sociedade.

-Conversamos com Guilherme Guimarães praticante do skate que leva o esporte como Hobby. Ele relata que jamais andaria de patins, ele acha esse esporte muito vago e sem sentido. Mostrando realmente a segmentação dessas tribos. Ele também nos deu o seu site sobre skate e o universo a qual já faz parte a 10 anos. Site: www.lavideo.com.br

Com essa visita percebemos como é formada uma tribo urbana e de onde vêm todas as dificuldades de acesso a ela, a criação de suas próprias características, e a formação de uma cultura dentro dela. Tivemos a percepção da visão de uma tribo observando a outra sempre tendo um olhar negativo sobre o outro, e sem querer entender o seu lado, que mesmo ao passar dos anos, essa visão etnográfica permanece em muitas facetas da sociedade. De perceber que sempre o do outro é pior que o nosso. E muitas vezes sem ter o interesse de conhecer mais para formar uma opinião verdadeira sobre o assunto.
Foi uma experiência muito interessante a qual nos dispusemos a conhecer e tentar entender um universo que não é o nosso, e ver que dentro das tribos dos esportes urbanos que se formam naturalmente e culturalmente, dificilmente terá uma visão mais antropológica sobre o outro. A tendência nos pareceu se segmentar ainda mais.

Texto: Felipe Camargo

Participantes do Trabalho de Campo: Suyza Cavalcanti, Felipe Camargo e Gustavo Paschoalato.

Edição dos Vídeos: Luiz Augusto Daidone

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